Cai sereno que mareja o meu olhar
Vi no horizonte caravelas em cortejo
Num tumbeiro em alto mar
Onde negro sangrou, chorou
Mas vovó não veio
Oh mãe, nos proteja nesse chão
Peço a ti em oração
Nos ampare em teu seio
No cativeiro, pedi teu axé
E na força dos meus ancestrais
Meu canto é de luta
Clamando a paz
E que não cala jamais
De congo ê, no congo aruê
É nação de Angola com sangue de Luanda
O preto vê sua fé reflorescer
Canta e vence demanda
Rei que esconde ouro em seu cabelo
Hei de com batuques recebê-lo
Para cantar liberdade
E por toda cidade
Procissões vão pelas ruas
Sob Sol, sob Lua, chico é coroado!
Em meu verde e branco congado
Galanga é bendito
Pelas mãos do santo benedito
E hoje na aba do meu chapéu
A bandeira branca sobe
Pra ficar perto do céu
Bate marimba, toca o tambor
Tem congada no terreiro
Iguaçuano exalta o valor
Num cortejo verdadeiro
Nas águas, por onde vieram clamores
Vem nossa senhora curando as dores