É samba de dar em doido
É nó na madeira
Laranjeiras levantou poeira
Renasce valente a Imperiais
A imortal dos Carnavais
O infinito se parte em luz
Raiou a primeira aurora
Eu criação ancestral
Estendo meus galhos mirando o infinito
Iroko o trono de Oxalá, de Logunan
Avatar do próprio tempo
Fruto do conhecimento
Que condenou o paraíso
Vi o indio bailando aos meus pés
Ouvi o saber dos pajés
Minhas copas tocando o céu
Eis meu papel, o eixo dos mundos!
Em mim navega a ambição em caravelas
Em direção ao mundo de esplendor
Vi a nobreza que enriquece a casa grande
E o sofrimento dos irmãos da cor
No encontro do selvagem e do erudito
Fui o palco verdejante de emoção
Limite entre os planos
Em troncos e ramos me fiz inspiração
Soam tambores, guitarras, violinos
Zabumba que enfeita a sequitude do sertão
Aos pés da jaqueira mais bela
O samba floresce em canção
Batuqueiro eh! Vai batucar!
Seu fruto hoje ganha a avenida
E eu rainha que renasce a cada festival
Visto a coroa de um Império imortal
Razão da minha vida!