Sou eu, a Águia nesse manifesto crespo
Emaranhado nesses fios pretos
Não nega o entrelaço entre nós
Dar voz à liberdade encoberta por turbante
Madeixas resistindo a todo instante
Moldando identidade em suas cores, valores
A resistência é essência do quilombo
Em cacho de raiz, tom africano
No swing do black o charme do encontro
Enrola o teu cabelo pra ficar bem mais bonita
Do blues ao jazz o som da cor que nos agita
Cabelo ao vento é saudar meu ancestral
Enrola, fui esperança inspirando as nações
Panteras negras combateram as opressões
Mãe África luta rompendo os grilhões
Pro futuro coroar
Tão bom é saber quem sou
Impor a minha existência, não prestar continência
Trançar o amor
Tão linda me agarro à raiz
Reflete em mim a cura à cicatriz
Mais uma preta esperança
Brilhando feito uma criança
Desfazendo as amarras do mal (axé)
Axé pro meu Carnaval!
Sou imperiais, envolvido nos cabelos
São cachos de um chamego, sinto o corpo arrepiar
Me enlaça o amor, embaraça a paixão
Em Madureira ou qualquer lugar