Eu ando com fé, mas com cautela
Que ela não faia, mas pode ser deturpada
Dragões vai esbanjar irreverência
E mostrar a sua crença
De que a igreja não é tão imaculada
Vem de muito tempo atrás, das tribos ancestrais
Quando surgia a civilização
O povo à mercê da natureza
Via a tempestade destruir a plantação
Enquanto o velho mais esperto da aldeia
Queria uma virgem pra acalmar o Deus trovão
Foi passando o tempo, a sociedade viu seu despontar
O governo deu as bênçãos pro clero se politizar
O reino é sagrado e os plebeus a Deus-dará
No afã dessa cruzada, eu vou seguir até o fim
E Deus acima de todos que lutarem contra mim
O meu plano é divino, coisa igual nunca se viu
Enquanto os pagãos vão para o inferno que surgiu
Quem vai, quem vai querer?
Vendo água de benzer, vendo a cruz do Salvador
Devotos vão perdendo o capital
Sem contar os 10% que o padre já levou
A relíquia é mixuruca, tem cupim nessa madeira
E a tal da água benta foi enchida na torneira
E hoje, nessa era tão sofrida
Cada vez mais gente quer se aproveitar
Caneta pro fiel subir na vida
Seu amor em sete dias, se quiser é só ligar!
É tempo de evoluir, e eu vim levantar a questão
Será que é certo lucrar nas costas dos nossos irmãos?
Se Deus está dentro de nós, eu sigo na prática do bem
A minha fé não tem preço, amém!
O senhor é mercador e o dindim não faltará
A poupança do pastor ficou a mostra no altar
Vou expor a falcatrua e cumprir o meu papel
Quem sabe eu não garanta meu lugarzinho no céu