Tempo, misterioso Tempo
Vazio, silêncio, na escuridão
Tempo, voz, ensinamento
Iggi Olorum, raiz da criação
Tronco que preserva a vida inteira
Ninho para Oxorongá
Guardião do axé, a gameleira
Iroko é quem tira, Iroko é quem dá
Ae, ae, orixá, ero
Da vamunha senhor, orixá, ero
O vento sopra, a folha vira
O ramo sagrado, a seiva da vida
Poderoso dono dos caminhos
Galho protetor do sassayin
Feito palha cobre o mal com sua rama
De saluba se faz sombra
E aos seus pés o axexê decreta o fim
Brilha o arco-íris que lhe abraçou
Floresce então ao pôr do Sol o verdadeiro amor
Ó, Tempo, ouça meu clamor
Conceda aos seus filhos o perdão
E ao reluzir o opaxorô
Seu povo pede salvação!
Bato cabeça, sou filho de fé
Iroko axé! Iroko kisselé!
No ilê Padre Miguel, aprendi fazer o bem
É tempo de xirê no terreiro da Vintém!