Ó meu rio
Quantas saudades
Do cassino da Urca
A velha Lapa vadia
Berço da boemia
E os lampiões a gás
Uma lembrança que nem o tempo desfaz
A Praça Onze e o teatro de revista
Palco dos grandes artistas
Cadê o bonde
Tradicional
Que levava a gente
Para o carnaval
Meu povo já deixou sangrar no peito
A dor de uma tristeza sem ter fim
Vendo tudo em evidência
Sobre carga e violência
A grande que da do cruzeiro ou coisa assim
Destruíram a própria natureza
E a pureza que Deus fez na criação
Ai que saudade do Rio antigo
Que me trazia alegria e sedução
Já não vejo a boa praça
O tempo traça o que restou neste lugar
O meu protesto levo até ao infinito
Entre o feio e o bonito
Não dá mais pra comparar
Mas o que foi que aconteceu
Meu Rio antigo
Tão bonito emudeceu.