Epô Pupá!
Derrama no candeal
O axé do bambuzal
Afefé de Eruexim
Igi opê – a faísca do Ayê
Dá caminho no padê
Revelado nos Ikins!
Negrume
Ajeré de mandingueiro
O suor do moendeiro
A bravura do pilão!
É lume, alforria besuntada
Na Bahia carregada
De tempero e louvação!
Ê capoeira, ê meu Ogum!
Sou o ponto dobrado no rum
Berimbau e agogô
Saravá Tia Baiana
Do tabuleiro de acarajé!
Vento que entornou
A palma de Guiné
Yá é quituteira em São Joaquim da Feira
Faz ganho do atiço
Do vento do Pelô à Praça da Matriz
Aavora do feitiço!
Oferenda ao meu santo
Samba que desata o nó
Tira o fardo do quebranto
E demanda no Ebó!
Caruru, sarapatel
Omolocum pra ter o mel!
Amalá ao justiceiro
Preto quando enfrenta a dor
Fere o coro do tambor
Pisa forte no terreiro!
Exu obá, laroyê!
É a Ponte sem quizila
Na mandinga do dendê!