Chegou, chegou no templo do samba
O gueto da gente, a mais querida
No coração matildense
Nenê é minha águia, minha vida
Quando a igualdade não havia
A revolta foi a via contra a força da opressão
Uma voz se ergueu, outras mais então
Movimento que surgia, salve o povo da Bahia
Sei que a rebeldia que trago no peito
Tenho o direito de eternizar
O canto libertário que se espalha pelo ar
Lutar, acreditar, sonhar, ser mais Brasil
Criar a pátria amada mãe gentil
Há nos búzios a mensagem de cada irmão
No quilombo novos ares, libertação
Em canudos conselheiro e a sua fé
Cabanagem no pará, na nenê samba no pé
Vai no baticum do Olodum no pelourinho
Um só coração, um só caminho
Canto a igualdade, levo a união
Venço toda a discriminação
Sonhei que a terra é do agricultor
Cidadão encontrou o abrigo do lar
Eu vi a força unificando a luta sindical
Mulheres defendendo um ideal
De volta ao seu lugar
A zona leste incendeia
O Anhembi vai levantar
A minha vila tem sangue na veia
Composição: Cláudio Russo / J. Veloso, Marquinhos/ Ney do Cavaco / Medina