A rocinha vem pedir perdão
E clamar pela justiça social
Contra o preconceito e a discriminação
“Eu tenho um sonho” de igualdade racial
Somos todos iguais
A mesma linhagem, a evolução
Primata em minha própria natureza
Imagem em transformação
Nos mares, escravizado
Braço forte explorado, me libertei
O brilho do ouro reluzia
Refletindo a alforria, sonhei
E retratei, no Ylê, o meu reinado
A nobreza em meu congado
No batuque, o axé
Ninguém domará a minha fé
Tatuei na minha pele a bravura e a coragem
E a arte fez morada no meu caminhar
À luz da ribalta, sou malandro e artista
Nos palcos da vida fui me revelar
Sou a raiz imortal, Baobá
Tenho a força de perpetuar
A flor da consciência
Nas ruas, nas praças, em qualquer lugar
Os movimentos por resistência
Ouça a liberdade do tambor
A verdade e o amor
Um grito por tolerância
De black, enrolado, deixei meu legado
Favela é orgulho e esperança
Sou herdeiro de Obatalá
Mantendo acesa a nossa chama
“Yes, nós temos banana”