Antigamente, um cravo branco na lapela
Indicava um namorisco á janela
E se a bota vinha a luzir de engraxada
A calça justa e muito bem engomada
Com certeza eu diria passear pela avenida com a menina dos meus olhos
Que olhava atrevida na saia garrida e camisa de folhos
Ai que saudades desse tempo de petiz
Em que era feliz
Em que era feliz
Ai que saudades desse tempo de rapaz
Em que era audaz
Em que era audaz
Antigamente, ía-se de manhã para Alcochete
Para na manga pegar os touros pela frente
E à noite ficava-se lá pelas hortas
Cantando o fado, ali até horas mortas
E se alguém se metia, por azar da sua vida
Com a menina dos meus olhos
Havia pancada com ar cadeirada com gritos e choros
Ai que saudades desse tempo de petiz
Em que era feliz
Em que era feliz
Ai que saudades desse tempo de rapaz
Em que era audaz
Em que era audaz
Hoje sem lamento recordo esse tempo que tinha outro encanto
Se sinto saudade não olho à idade
Pego na guitarra e canto