Eu sou caipira do mato
Sou caboclo nato
E não nego a raiz
Tenho a pele queimada
Essência entranhada
Da flor no nariz
Chapéu de palha e botina
Luta matutina
Que me faz feliz
Não sou homem de gravata
Meu rancho de taipa
Eu mesmo é quem fiz.
O galo canta eu levanto
Sempre me encanto
Com a cenação
Também contemplo as rolinhas
Que pousam e caminham
Lá no mangueirão
Os canarinhos cantando
E o sanhaço bicando
A polpa do mamão
Jogo milho pras galinhas
Eu só sugo as gordinhas
Que invadem o chão
Sinto uma satisfação
Quando a criação
Termino de tratar
Volto pro rancho e a mulher
Me serve um café
Com bolo de fubá
Faço um cigarro de palha
E vou a batalha
O outro dia enfrentar
Passo e levo da mina
Pura e cristalina
Água pra tomar...