Ôô Boi da cara preta,
Deixa a menina sambar
Entre ou loucos e os caretas,
Sem se diferenciar;
Lisa como chão de piscina,
Não vá deixar ela embora, embora,
Não pareça boa menina,
Usa outros meios pra chorar, mas chora...
Armada com uma lança em cada olhar,
Seu cabelo se prendeu no meu colar,
Se aproxima em um sussurro pra dizer,
Coração que não sente o olho, não pode ver.
Diz que um anjo roubou seu coração,
E se esconde no bosque da solidão,
Se essa rua fosse dela, ela mandava ladrilhar,
Só pra ver, todo o seu amor passar...
Observava tudo a volta, Mas não
Pra achar resposta, só pra admirar,
Veja quanto tempo ela passou de costas,
Esperando que o de frente fosse se virar.
Olhos arregalados de criança,
Que entram na dança pra poder lembrar,
Que a última que morre é a esperança,
Rastreada no brilho de um olhar.
Acostumada ao movimento,
Como água é o seu sentir,
Vive um vazio por dentro,
Se sua emoção não mais fluir.
Entra na roda de cantiga pra cantar,
Quem canta espanta seus males pra outro lugar,
Ela só quer a nostalgia da inocência,
Cuida e vigia do mais cru da inconsciência.
Olhos arregalados de criança,
Que entram na dança pra poder lembrar,
Que a última que morre é a esperança,
Rastreada no brilho de um olhar.