Não canto porque sonho.
Canto porque és real.
Canto o teu olhar maduro,
Teu sorriso puro,
A tua graça animal.
Canto porque sou homem.
Se não cantasse seria
Mesmo bicho sadio
Embriagado na alegria
Da tua vinha sem vinho.
Canto porque o amor apetece.
Porque o feno amadurece
Nos teus braços deslumbrados.
Porque o meu corpo estremece
Ao vê-los nus e suados.