Eu não tenho muitos amigos
Da pra contar com uma só mão
Pois a outra já estou ocupando
Pra me cortar com a faca do pão
Não sou de sair
Muito de casa
Mas um dia vou sair no jornal
Corpo de jovem é encontrado sem vida social
Tenho um passaporte
E um refri de lágrimas
E a necessidade de viajar
Existem vários lugares no mundo, onde eu ainda quero chorar
E desde que nasci não consegui parar
O choro é livre e também é meu
Minha mãe teve depressão, pós parto
E sou eu
Se por acaso, me encontrarem, afogado
Na banheira um dia
Não diga que foi suícidio
Diga que foi banho-maria
Então acabe com a minha dor
Mas se for que seja com afeto
Me dê de presente uma corda
E um ventilador de teto
Papara, paraparara
Papara, paraparara
Me dê de presente uma corda
E um ventilador de teto