O sol não nasce mais
O relógio é que toca
E nunca se põe
Sem algo em troca
Se a vida é um presente
Não podemos desembrulhá-lo
Somente a esperá-lo
Eu não mais quero momentos sutis
E ter o que peço, mas nunca quis
Eu só quero ter um segundo
E um pouco mais que tudo
Só que é sempre coisa demais pra querer
Sempre tarde demais pra poder...
De que adianta ser otimista
Se até lado bom é ponto de vista
E o mau pouco dista?
Pois nunca se sabe se a chave
É outra prisão
Se olho para os lados ou para o chão
Eu só quero algo inteiro
Ser menos Álvaro de Campos e mais Caeiro
Só que é sempre coisas demais pra querer
Sempre tarde demais pra poder...
E eu só posso o que quero, mas só quero o que posso
Eu só posso o que quero, mas só quero o que posso...
E eu só posso o que quero, mas só quero o que posso
Eu só posso o que quero, mas só quero o que posso...