Crianças brincam na terra do Sol
A brasa surge como tempestade
Nas bordas derretem o coração
Jogando pétalas no centro da engrenagem
Noites acabam no fim da rua
Alguém disse que lá vive a Lua
Deixe a poeira vigiando as prateleiras
Enquanto a alma some pela praça da bandeira
Eu sou os pingos daquela goteira
Que desprendem-se de um teto azul
Flores se entrelaçam por toda a coleira
Num céu onde o norte agora é sul
Sentado ao lado de um riacho
Com umas peças que não sei onde encaixo
Tem tanta coisa que ninguém viu
Tem tantos picos que ninguém ainda subiu
Escrevi meu nome no seu corpo nu
A velha arte de se fazer vodu
Sigo a labilidade dessa vida
Desde o ponto de partida
Eu sou os pingos daquela goteira
Que desprendem-se de um teto azul
Flores se entrelaçam por toda a coleira
Num céu onde o norte agora é sul