Num gosto amargo, num formato estranho
Não rotulado santo ou profano
Meio sem jeito, gosto ou razão
Só porque assim, e não porque não
Parece queixa meio deslumbrada
Com sabor de sangue ou quase nada
Prece minguante, desejo do coração
E no espelho a dor de um paixão
E nesse ínterim de solidão e luz
Sobriedade ameaçada e a cruz
Num morro solitário e distante
É tão real como esse instante
E Deus querendo me abraçar
E eu sem nada pra falar
Todo o poder e a força do meu viver
Eu não ouvi a voz que me chamava
Pensei que fosse a Tv ligada
Ou o vizinho e todo o seu mistério
As coisas que me tiram do sério
Não sei se canto, brigo, durmo ou choro
Quero expressar em uma linha tudo que sou
Compreender e ser compreendido
Separar o achado do perdido
E Deus querendo me abraçar
E eu sem nada pra falar
Todo o poder e a força do meu viver
Tentando me encontrar
E assim, aprender a amar
Sem medo e sem disfarce, amar Você