Aprumo a voz para cantar em harmonia
Com a sinfonia que ouço vir do arvoredo
O sol é manso, pois recém clareou o dia.
E é uma alegria poder cantar com o passaredo
O som campeiro que entra pela janela
Já me revela que o dia será quente
Apuro o ouvido pra sentir a melodia
E a cantoria faz ninhos na alma da gente
Dentro do peito a calhandras cantadeiras
Que volta e meia me desafiam cantar
Trago a magia e a ternura por parceira
Bato minhas asas deixo a vida revoar
Igual aos pássaros vou cantando na estrada
Nessa jornada que o destino fez pra mim
Ser gente e ave entre voos e cantigas
Semeando versos num plantio que não tem fim
Voam as aves levam junto à cantoria
Nesta alegria de cantar prossigo eu
Quando abro o peito trago penas na garganta
E a voz que canta foi a vida quem me deu