Sua quarta feira
Já não quer ter razão
Pra espantar o cansaço
Um banho demorado e Televisão
Esquenta todo o jantar
E põe só um prato a mesa
Não quer serenata, nem flores
Nem vinho ou qualquer Surpresa
Suas tardes de quinta
São treinadas pra dizer não
Pra quem mora nas nuvens
Cochila na Lua
Arco e flecha nas mãos
O que te faz ficar
Acesa em plena madrugada?
Qual a cor do lençol
Que você adormece abraçada?
Você quer alguém
Que ainda está pra nascer
Ou mora
Em outro hemisfério
O “mais difícil” é um critério
A espera demora
Finais diferentes da mesma história
Que tanto parecem com o que você
Ocupam espaço na sua memória
Mas ainda insiste em escrever
Persiste em escrever
E ponto final
Suas noites de sexta
Não querem ter um dono
Que te espera sentado
Sorriso nos lábios
Nem um pingo de sono
Até jogaria o mundo pro alto
Por um beijo seu
Até sairia descalço no asfalto
Gritando o seu nome
O seu fim de semana
Já está quase ao fim
Com um beijo no rosto
Piscada de olho
Despede-se assim
Não aceita carona
E desfila tão só por ruas e avenidas
Some no relento
Sem boas ou más companhias