Um dia, o criador soprou o minuano
E o que era tapera tornou-se querência
As notas libertas nas cordas do tempo
Tocaram ao vento o som da existência
E todo silêncio se fez luz e sonho
Presságios de um mundo de amor e magia
As vozes da vida semearam futuro
E a terra gaúcha nasceu nesse dia.
Então o minuano soprou mundo a fora
Erguendo coxilhas e o pampa sulino
Surgiram os campos, o céu, e um rio grande
E força de um povo buscando destinos.
Por isso que quando o minuano assovia
Nas frestas das tábuas de cada galpão
Em cada gaúcho renasce este pampa
E dentro peito o amor a este chão
(É só o minuano assoviar a canção)
Fagulhas do sol, pela força do vento
Desceram pros ranchos num fogo de chão
E outras mais claras cobriram a terra
Pintando as estrelas no céu do rincão.
Então o minuano num sopro mais forte
Criou o horizonte tão vasto e disperso
Que assim, se os gaúchos tentassem buscá-lo
Iriam, por fim, encontrar o universo
Composição: Paulo Righi / Piero Ereno