Quando eu puder entender
Que o fluxo da seiva tronco acima
Quando eu puder entender
Que o fluxo das águas rio abaixo
É o mesmo que percorre minhas veias
Quando eu puder entender
Que o pulsar cadenciado da maré
Que o piscar cadenciado das estrelas
É o mesmo bater dentro do meio peito
Quando eu puder entender
Que o encanto colorido que há nas aves
Quando eu puder entender
Que o encanto colorido que há nas flores
É o mesmo que há na busca de meus versos
Quando eu puder entender
Que sou torrão de terra e sou semente
Que sou o voo livre do condor
Terei compreendido, então, que sou, que sou
Com toda a natureza quem me cerca
Do mais elementar dos seres ao mais forte
Terei compreendido, enfim, o amor
Que envolto em luz me espera
Além da morte