Liberdade para aqueles que estão vivos
Piedade para aqueles que estão mortos
Piedade para aqueles que estão vivos
Liberdade para aqueles que estão mortos
Clamores, gemidos, manchetes, horrores
Acontece o flagrante, depois a prisão, o soco
O saco, o interrogatório, o reformatório
Reformar o quê? O sistema ou você?
Quem é vítima? Quem é culpado?
Quem é certo? Quem é errado?
A Pátria do miserável não tem bandeira nem nome
Para quê nome e bandeira onde se morre de fome?
Há recanto em meu país tão pobre e tão infeliz
Que nem na África há
Enquanto grupos exóticos, erguem palacetes góticos
Com manganês do Amapá
Minh'alma cosmopolita, dentre meu peito palpita
Tocada pelo ideal
Sou um criador de normas, um pregador de reformas
Contra a opressão mundial
Libertas Quae Sera Tamen?
Quem dissera? Quem dissera?
A frase existe entre nós
Liberdade, quem nos dera?
De que vale Independência, onde não há consciência
Moral, nem patriotismo?
Onde o direito se vende
E a lei covarde se rende, aos pés do capitalismo
ôô ôôô ôôô ô
ôô ôô ôôô ô
Amai a dor, pois ela nos induzirá a ter o alivio
Produto dos possuizados
Contra atacai a depressão que se encostar
Sempre sorriso ante o choro dos maus tratos
Cantai, mesmo que o pranto teime em abafar a voz
Vivei as multidões, quando nos encontrares sós
Buscai, ousai ser laço forte em meio a tantos nós
Gritai, quando o silêncio ameaçar falar por nós
ôô ô ôô ô
ôô ô ôô ô
Louvai a fome e ele vos despertará
Para a verdade que se encontra ao vosso lado
Fazei sentir-se a razão que vos unirá
Uns aos outros, como a dor vos tem ensinado
Cantai, mesmo que o pranto teime em abafar a voz
Vivei as multidões, quando nos encontrares sós
Buscai, ousai ser laço forte em meio a tantos nós
Gritai, quando o silêncio ameaçar falar por nós
ôô ôô ôô ô
ôô ôô ôô ô
Olhai o grão dentro de a lama germinar
Tentai erguer a garra inibida dos fracos
Vê que o império antes de se estruturar
Se apoia em pedras trituradas, pó e cacos
Cantai, mesmo que o pranto teime em abafar a voz
Vivei as multidões, quando nos encontrares sós
Buscai, ousai ser laço forte em meio a tantos nós
Gritai, quando o silêncio ameaçar falar por nós
ôô ôô ôô ô
ôô ôô ôô ô
Cantai, mesmo que o pranto teime em abafar a voz
Vivei as multidões, quando nos encontrares sós
Buscai, ousai ser laço forte em meio a tantos nós
Gritai, quando o silêncio ameaçar falar por nós
ôô ôô ôô ô
ôô ôô ôô ô