Temperada minha viola
Vou rasgando logo a toada
E a minh'arma se aconsola
Já não véve amargurada
Minha viola é cantadera
Vae chorando a minha dó
E pôr ser bôa companhera
Nunca, nunca me deixou
Ai!...
Co'a viola, no sertão
Quando a noite é de luá
Vou abrindo o coração
Nunca deixo de cantá
Quando alembro, com sôdade
Da muié que me enganô
Eu renego a mocidade
Que não vorta e já passô
Quando eu canto, quando eu chóro
A viola vae
E na serr'adonde móro
Minha vois se vae perdendo
Ai!...
E sózinho, no sertão
Quando a noite é de luá
Vou abrindo o coração
Aliviando o meu pená
Quando eu canto, no terrêro
Minha vois correndo, avôa
Corre as mata, corre os sêrro
E bem longe ela resôa
Quando eu canto, com tristura
Minha viola, num gemido
Co'meu canto se amistura
Mais me deixa intrestecido!
Ai!...
Co'a viola, no sertão
Quando a noite é de luá
Vou abrindo o coração
Aliviando o meu
Aliviando o meu pená