Sozinho e muito longe vou
Distante, bem distante estou
Da casa de meu pai
Se hoje sofro assim
Pagando a loucura que fiz
Ao deixar meu querido pai
Onde fui feliz
Num vale de amarguras
Onde vim me perder
Pastando entre porcos
E com porcos a comer
Nenhum dos servos de meu pai
Por mais pior que seja ser
Nenhum padece assim
Foge a esperança
Esvai-se o gosto de viver
Já não me apraz a vida
Pois melhor me é morrer
Sem fé o coração
Amarga mais que fel (aiii)
E o inverno encheu meu coração vazio
E assim, minha alma friorenta
Na invernada ante as rajadas da tormenta
Vai gemendo e tremendo e morrendo de frio
Sou um "pitainho" de caumã
Que do ninho caiu
Mas eis que em meio a escuridão
Da treva a luz volta a ascender
E novo coração
Lembrando me que o amor
Só existe se houver perdão
Vou deixar tudo isso aqui
E me pondo a correr
Pra casa voltarei
De joelho aos seus pés
Chorando lhe direi
Pai paquei contra ti
E contra os céus pequei
Perdoa este servo seu
Ó meu querido pai