Me inspirei aqui pra retratar o Rio
pedaço bom desse Brasil que ao mundo encanta como é
Se falcatrua faz parte da sua cultura
e quem de altura não almeja ser Ricardo e não Mané
Morro da Urca, Pão de Açúcar, Corcovado
Drogas rolando qual mato e é o que sustenta uma nação
O que de um lado tem a mais pura beleza
do outro é só tristeza vejam que situação
A lei de Gerson prevalece e o que entristece
A gente desce e com ela cresce a máfia da corrupção
Isso tem jeito não
Joga poeira! Pra ninguém ver
Joga poeira! Que é pra esconder... O mestre mandou
Joga poeira! Pra ninguém ver
Joga poeira! Que é pra esconder
Joga poeira! Tem que esquecer
O mestre mandou, o mestre mandou
No calçadão, divina dama a todo custo
Põe-se a venda mostra o busto, exibindo o manequim
Não é garota de Ipanema e meu dilema
é confundir com Iracema de Alencar e não Jobim
É mal falada, micro saia, com chiclete
é bem menor que dezessete e implora legalização
Pois entre tantas, por mais que seu grito ecoa
essa aqui não foi à toa, a mais antiga profissão
Vive na luta e é tratada à força bruta
direitos tem como as putas dessa constituição
E com razão
Joga poeira! Pra ninguém ver
De braço aberto à Guanabara o redentor dá à tiro e à tapa
A cara que protege o homem do homem vil e ladrão
Se é arrastão, final de feira ou se é a Mangueira
A desfilar como a primeira dama aqui desse morrão
Vieira solto, Copa, Leme, Cais do Porto
Vive com ou sem conforto toda essa população
E assim se passa com o povo achando graça
Pois riqueza é o que cultiva dentro do seu coração
Tão Glamourosa, cidade maravilhosa
O carnaval, o samba, a bossa é o que nutre essa paixão
Quem quer circo e pão?