Às vezes com os olhos
Às vezes com os pés
Às vezes de viés ou de carreira
Eu já visitei a terra inteira
E vi os oceanos do convés
E posso garantir
Posso até jurar
O mundo não foi feito com fronteira
O mundo não foi feito com fronteira
Não tem fronteira não
Um risco no papel
Um guarda, um canhão
Por cima o mesmo céu porém no chão
Um pouco a gente anda e já outra nação
Já é outra nação
Um pouco a gente anda e já outra nação
Nações não são os povos
Antigos nem os novos
Nações não são costumes
Não passam de ciúmes
Orgulhos, egoísmos, mergulhos nos abismos
Da força, medo e poder
Nações são invenções pra nos prender
Nem brasileiro, nem romeiro, nem romano
Eu me sinto soberano, sem fronteira e sem raiz
Prefiro ser feliz que ser americano
Prefiro ser feliz
Nem brasileiro, nem heleno, nem troiano
Otomano, sarraceno, espanhol ou português
Dinarmarquês, holandês, siberiano,
Indonésio e japonês
E nem cigano, tuaregue, tibetano, havaiano
Israelense, palestino, libanês
Tupinambá, tupiniquim, moçambicano
Angolano, congolês
Nem brasileiro, yanomami, moicano, argentino
Mexicano, paraguaio, peruano
Me sinto sem fronteira e sem raiz
Prefiro ser feliz que americano
Nem brasileiro, atlante, lemuriano
Eu me sinto soberano
Sem fronteira e sem raiz
Prefiro ser feliz que ser americano
Prefiro ser feliz