Amanhã parece muito tarde
E hoje mesmo eu já fiquei sem sorte
Fotos antigas tão ficando velhas
Envelhecer já não é brincadeira
Se eu tivesse um pouco mais de tempo
Eu deixaria crescer meu cabelo
E ligaria para os meus amigos
Mesmo sem ter nada pra dizer, enfim
Alguns minutos para o fim do mundo
Só mais um gole pra eu ficar chapado
Umas lembranças daquelas garotas
Que suspira ao meu nome ouvir
Será o final do começo, o começo do fim?
Por mais que eu corra do tempo, ele ainda chega para mim
Será o final do começo, o começo do fim?
Eu só semeio saudade, o resto guardo para mim
Poema
O ponteiro do relógio já não me dá trégua
Meus olhos marejados me deixam sem ação
Quase 10 minutos já se foram
e eu continuo no mesmo lugar
Minha garrafa quase vazia, o subconsciente grita
Chega!
Meu corpo se cobre da mais profunda emoção
O sorriso me vem ao rosto, como se merecesse
Tem alguém que me ame?
Eu me pergunto, sem ouvir resposta
Dizem que o essencial é invisível
e que há outro tipo de amor
O vento me bate na cara, como um tapa do relógio
Eu levanto e ando, porque sobreviver
Já não é o bastante
Agora ou nunca, nunca é o bastante
E quem tem tudo sempre está sozinho
Romances lidos não te dão conforto
E nada do que compre rebobina a vida
E se eu tivesse dito que te amo
E não deixasse você ir embora
Levando todas minhas coisas boas
Deixando apenas o que eu não gosto em mim
Alguns minutos, tô quase sem tempo
Lá fora surge a solidão que mata
Pessoas que não se viam se abraçam
O silêncio mata o medo sobre o olhar de Deus
Será o final do começo, o começo do fim?
Por mais que eu corra do tempo
e ele ainda chega para mim
Será o final do começo, o começo do fim?
Eu só semeio saudade, o resto guardo para mim