Memórias e história de uma Angola sem glória
De Cabinda ao cunene do mar ao leste
lágrimas de sangue escorre no meu rosto
No rosto do meu povo está estampado o desgosto
Desgosto e o sofrimento e da guerra
Guerra, solo manchado de sangue
Sangue, a luta por todo lado nesta terra
Terra assombrada pelos genocídios
Genocídio estatístico oculta o número de mortes
Morte desvenda a crueldade
Crueldade mostra o meu desespero
É tudo desespero, espero que venças os beros
que a vida te da zungueira
Zungueiro cartão postal desta cidade
Cidade oculta cada ponto deste solo
Solo nele estão enterrados nossos irmãos
Irmãos vivem em cemitérios memoriais
fruto da guerra civil
Civis somos nós antes de apontar uma arma
Arma que os nossos dirigentes nunca pegam
Pegam, se apegam a discursos fabricados
Fabricados são os vossos manuais de histórias
Histórias que nunca chegou a sua hora
Hora até agora futuro da nação
Nação a cada canção mais uma morte
Morte que provocou ódio e rancor
Rancor entre irmãos revoltados
Revoltados por causa do estado
Estado arrancou os seus filhos dos seus braços
Braços amputados pela mina
Mina de diamante aonde pisamos
Pisamos, pisamos em restos mortais
Mortais, mortais
unicamente soldados sem honra
Honra se foda a honra queremos glória
Glória também está pasmada na nossa história
História dos irmãos que passaram por estas bandas
Bandas repletas de imigrantes
Imigrantes revitalizam a nossa cultura
Cultura mencionada no palco da vida
Vida, mente enjaulada na escuridão
Escuridão novamente se aproxima
se aproxima o domínio e o extermínio
Exterminador por favor elimina a minha dor
Por favor senhor, abriga os meus
Os meus enterram a esperança
esperam a desgraça
A desgraça nos caça
Caça transformou o campo em Somália
Somália, Angola barril de pólvora
Pólvora esvazia o cofre do estado
Estado saqueia a nação
Nação levanta arma por batalhas e conquistas
Conquistas ganhamos no campo da agricultura
Agricultura cresce
Cresce, decresce a qualidade da educação
Educar, ensinar a amar
Amar o próximo até fecundar a sociedade
Sociedade espera por justiça divina
Divina chacina até o cumprimento dos tempos
Tempos de crise nossas irmãs se prostituem
Se prostituem por causa da fome
Fome, maldade dos nossos políticos
Políticos que desconhecem o nosso povo
Povo que em 2002 chorou a paz
Paz depois dos tempos lembranças amargas
Amargos são os vossos atos
Atos que revelam as vossas intenções
Intenções, sanções por querer a mudança
Mudança também revelam as cores da nossa bandeira
Bandeira mostra que já não queremos guerra
Guerra de noite é feita a recolha
Recolha sem escolha para o campo de batalha
Batalha, batalha e mais batalha
fogo cruzado, Cruzada é a cruz que eu carrego
Carrego comigo uma Kalashnikov
Nicov ajudou a sepultar os corpos
Corpos trocados por dinheiro
Dinheiro alheio não é nosso?
Nosso é o ouro negro
Negra e a cor representa o pais
Pais não é o jornal
Jornal seria a nossa vivencia e opiniões
Opiniões, opiniões deixa refrescar o teu sentido
Sentido, sentido o único nacionalista
Nacionalistas deram a vida pela pátria
Pátria, pátria mãe querida
Querida única na distribuição da riqueza
Riqueza, avareza início em tempos de crise
Crises de valores morais e catastróficos
Catástrofe foi o 27 de maio
Maio mês negro na nossa história
História dizem que somos um povo especial
Especial são os vossos rituais sangrentos
Sangrentos despertem fiquem atento ao movimento
Despertem fiquem atento ao movimento
Despertem fiquem atento ao movimento
Dagaz Ten nigga
Despertem fiquem atento ao movimento