Em meio as sombras, eu vi cair
Homens de bem com intenções ruins
Em meio as trevas, eu vi sair
Virtudes de um homem são, que sangrou por ai
Nos becos sujos, os esquecidos
Ganhando grana e mais, vazios de si
Sem dignidade e também raiz
Sao arrancados da mão, do iniquo juiz
Atenção, atenção seus filhos da puta
Viemos tomar o fruto de nossa própria labuta
A favela hoje grita e se revolta
Somos o fruto podre do estado
Somos a prova de que o mundo da voltas
O que queremos, queremos para todos
Viver não devia ser um privilégio
Não um privilégio de poucos
Aqui a seleção né natural porra nenhuma
No país onde quem sabe é tido como louco
A revolução é nossa arma, e a bala é o povo!
Tiros que vão
Ceifando mais que um milhão
Gritar socorro é vão
Onde é paga a salvação
Polícia julga a si mesma
E a verdade rasteja
Vence quem for mais cruel
Quem pode comprar o céu
Oh meu senhor
Lembra aqui do sertão
Terra de Severino
e também Lampião
Terra onde cabra safado e medroso corre
os mais valente é os que não morre
e nem se dana a bestar
É onde a gente é mais gente que muita gente
infelizmente, muita gente não sabe valorizar
É no sertão, no agreste, no clima quente
que a seca tem fino pente e a fome tem seu altar
Lá a sofrença nao para e nao parêa
até a morte s'aperreia de tanto trabalhar
O povo reza e disreza por uma chuva
a esperança faz a curva
e a zabumba tenta alegrar
Bem mar pior do que a peste
é a eleição no nordeste
os coroné que nele obriga a votar!
Oh meu senhor! Oxê! Né senhor não
É cabra safado! Que sangra o sertão
Pois segue o recado, sem gambelação
Do povo do serrado, vem revolução
Ja diz o ditado: o que faz o ladrão
Nao é o arado, mas ocasião
Por isso o senado, rouba de montão
De braços cruzados, assiste o povão
Nós somos um, o povo é um
Nós somos um, o povo é um
Nós somos um