O sorriso de uma criança é o que existe de mais
divinal
E a tristeza na casa do pobre é maior quando chega o
natal
Mas não é o dinheiro somente que nos traz alegaria no
lar
Vale mais uma bola de pano na história que vou lhe
contar
A alegaria reinava na rua, era véspera do santo dia
Todo mundo de brinquedo novo, só Junquinha tristonho
dizia
Não faz mal que eu seja esquecido amanhã finalmente eu
terei meu presente de Papai Noel
Minha bola que tanto sonhei
E a noite naquela casinha a tristeza era grande
demais
O menino dormindo sonhava sem saber o martirio dos
pais
Uma bola custava dinheiro; algum jeito teria que ter
Foi então uma bola de pano o melhor que puderam fazer
Mais ainda restava o receio que Juquinha não fosse
feliz
Que não visse na bola de pano o presente que tanto ele
quis
Mas o dia trazia bonança e o Juquinha feliz levantou e
sorrindo mostrava a todos o presente que ele ganhou
Entre todas aquelas crianças a alegaria maior era só
tua, que corria pra todos os lados
Quando um carro parava na rua
E no carro um casal bem vestido assistia o menino
brincar;
Com os olhos repletos de mágoa
Comentavam os dois a chorar nosso filho escolheu um
presente que achava que estava na moda
Foi a motocicleta maldita que lhe pos na cadeira de
rodas
Trocávamos toda a riqueza que lhe trouxe o cruel
desengano pela graça de vê-lo sorrindo por ganhar uma
bola de pano