Não há crente que não tenha dúvida
Nem ateu que não tenha fé
Não há pobre que não tenha dívida
Não há rico que tenha o que quer
Desde quando o supremo criou
Esse mundo não tem jeito não
O amor agoniza na terra
Banhando de sangue todo chão
Uma faca apontada no peito
Uma lança um chicote na mão
A sanha do preconceito
Irmão matando irmão
Tem gente sem terra nenhuma
Tem gente com terra demais
Tem gente fazendo a guerra
Matando em nome da paz
Odudua
Ordene que Obatalá
Semeie a paz na terra
Pra esse mundo melhorar
O dia que esse sofrimento
Pedir um resgate de dor
Se o sangue vai ser alimento
Que seja em nome do amor
A faca que feriu o peito
Já não entra mais em ação
Ser negro não vai ser defeito
O branco vai ser seu irmão
Terra só de poucos donos
De todo mundo será
O homem vai ser o patrono
De tudo que cultivar