Quando o sol do Ceará
Queimava as almas da seca
No Crato o cego Aderaldo
Tocava a sua rabeca
Enquanto foi maquinista
Do trem da estrada de ferro
Aprendeu de ouvido a métrica
Do galope e do martelo
Por graça e dom possuia
Além de improvisador
Uma boa voz de canto
Aves rara o cantador
Cego de guia e de feira
Ao pelejar com viola
Abria a boca do canto
Sob os olhos da memória