Ele era grande, gordo, marrom, pescoço preto
Comprido, cintura fina, uma perna só, pontuda
Usava um arco sem flecha
E tinha uma grave, um grave problema
Não tinha voz, era mudo
Por isso, naqule dia não aguentando mais
Resolveu entrar na grande mata dos pios
Queria encontrar um som, uma voz, que combinasse com ele
foi andando, escutando tudo, atentamente
Até que de repente, na árvore da serpente
Um som chamou sua atenção
Passarinho? Que som é esse? Passarinho?
Que som? Que som é esse? Quem sabe o nome dele?
Esse som é o som do clarinete, clarinete
Esse som é o som do clarinete
Clarinete é assim
Era um som bonito
Mas não serviu
Já tinha nome, já tinha dono
Ele foi andando e escutando, andando e escutando
Andou tanto que cansou, Sentou para meditar
Passarinho? Que som é esse? Quem sabe o nome dele?
Esse som assim é o som da Cítara... Vem lá da Índia... Cítara...
Aí ele ouviu, era aquele som, era o som que ele queria,
vinha dali de perto, talvez... De dentro da caverna.
Foi entrando, o som estava lá, dormindo, roncando.
Ele cutucou-o com a ponta do arco e zap!
O som foi para dentro de sua barriga e ele saiu cantando!
Esse som é o som do Violoncelo! Violoncelo!
Esse som é o som do Violoncelo! O tchelo é assim!