Ah, que sono que me dá
Vontade de parar
Sentado na calçada
Vigiando a "mulecada"
Não quero trabalhar
Eu só quero descansar
Então
Para! Para! Para de chamar!
Cedo não vai rolar
Tarde da noite o bicho vai pegar
A noite chega, me levanto
Eu vou a luta
Tudo passa, nada para
Cachaça e prostituta
Viro a esquina da minha rua
Já encontro o seu paiuca
A vida é clara no escuro
Em dia claro ela é oculta
Ah
Que sol chato, meu caro
Me deixa aqui quietinho
Chega, já tá claro
Vomitei todo o meu vinho
Fecha aí o vidro
Meu olho tá doendo
Como é que é?
Não vai fechar?
Outro dia que se chega
E a dor que é de sobra
Veio a morte de um amigo
Que era primo irmão do cobra
Falaram que tentou
Acordar um cara cedo
Às 11 da manhã
Me contou joão macedo
Mas, que coisa, hein joão?
Mas que vida desgraçada
É uma vítima do dia
Menos um nessa jornada
Falei com ele ontem
Que tristeza mais danada! Nada! Nada!
Cedo não venha me acordar
Tarde da noite é quando a vida se dá
A noite chega, me levanto
Eu vou a luta
Tudo passa, nada para
Cachaça me escuta
Viro a esquina da minha rua
Já não encontro o seu paiuca
A vida é clara no escuro
Em dia claro ela é oculta
("Ah, como eu poderia imaginar?
Mas quem mandou me acordar?
Seu paiuca, seu paiuca
Hahahahahahahahá! ")
"Olhando por nós, os donos da noite
Escravos do tempo, do dia sou réu
Viverei o passado, vivi o futuro
Refém de dia, dono do mundo! "
A noite chega, me levanto
Eu vou a luta
Tudo passa, nada para
Cachaça me escuta
Quem é tão bom assim
Pra condenar minha conduta?
A vida é clara no escuro
Em dia claro ela é oculta