A febre humana trouxe aventureiros
Que as praias dos brasis avassalaram
E a ferro e fogo aqui amealharam
Das praias ao sertão o ouro e a gente
Mas não se criam eles estrangeiros.
E na faina voraz e impaciente
Só para que se houvessem mais servidos
Forçaram para cá mais oprimidos
Aqui escravizaram outro povo
Como ave que já traz no cu o ovo.
Geraram por infâmia e por terror
Seu filho incestuoso e celerado
Nas cativas entranhas fecundado
Surgiu o duque, servil e prepotente.
Por mãe e medo por pai e senhor
Qualquer tirano fosse ele o gerente.
O duque dos brasis a lei e o ato
O capataz e o capitão-do-mato
E quanto mais fodia nas escravas
Eram mais braços que empunhavam clavas.
Sertões e rios subiu o invasor
De piratininga às sete missões
De norte a sul também aos trambolhões
E muitos eram já não eram poucos.
Tinir de ferros batalhas fragor
Aos ais e à dor fizeram ouvidos moucos
Metais pedras sangue e crueldades
Esta a argamassa de suas cidades.
Na mata o brado ao cativo à estuprada
Melhor morrer a hora era chegada.
"yá so pindorama koti
Itamarana pó anhatin
Yara rama aê recê
Ogun kapê dan meji
Dan pelú aniban"
O duque dos brasis e seus tabacos
Seos negros suas rendas seos assucares
O duque dos brasis e seos brocados
Nan vale dous toicinhos defumados
Ou inda dous bocados de liamba
Por todos os seus oiros suas loiças
Engenhos esmeraldas seos navios
Y cuba caraíbas haiti ...
O duque dos brasis y seos babados ...
Nan vale dous costados de farinha.