Eu, desapeguei das velhas letras mortas
Ensanguentada de palavras póstumas
Aproximei o verbo da pessoa, e a pessoa da conclusão
Eu, aprofundei num linguajar esdruxulo
Eu caduquei vocabulário luxo
Evitei aurora, alvorecer, outrora e coração
Eu, tirei a pompa e falei da gente
Eu, banquei a tonta e fui indecente
Eu não faço uso de flora ou quimera
Porque meu canto é pra uma galera
Que se distrai e quando a frase é oca, e a boca é de refrão
É, aqui não tem um pingo de veneta
É, aqui se fala de tudo que é treta
Eu não faço uso de flora ou quimera
Porque meu canto é pra uma galera
Que não engole frase oca e fica louca quando marca touca de não perceber que a boca é de refrão
Mas eu também posso ser muito eloquente
E adicionar deselegantemente, minh'alma, amiúde, alhures, igarapés, desilusão
Veja, não é que seja a única proposta, mas eu escrevo com os pés nas costas
Pra que me entendam com o cérebro na mão