Sou o Brasil pela história renegado
E o que chamam de pecado
É meu ato de bravura
Venho do povo onde o amor não se traduz
Não carrego a sua cruz
E nem quero a sua cura
São marcas do corpo, feridas na alma
Cortante palavra se faz cicatriz
Que não seja tarde a minha liberdade
Louco é aquele que não é feliz, eu sou feliz
Meu orgulho tem a cor da noite
Ganhando as ruas, nos bares da vida
Siga as batidas do som
Reforce o seu batom
Que a guerra será vencida
Abraço de mãe que me acolhe por inteiro
Fiz a fé no meu terreiro
Ninguém pode me julgar
Seco ou molhado
Também quero ser Croquette
Da arte drag, sou tiete, o palco é meu lugar
Ah, se a realidade corta feito uma navalha
E a existência se transforma em batalha
Meu nome é minha identidade
Quero mais do que respeito
Por milênios, o direito
De desfilar ao mundo as cores da diversidade
Meu surdo bate, amor, na força do leque
Na deixa do breque, eu quero ouvir sua voz
Eu sou o manifesto do próprio carnaval
A estrela que brilha em nós