É o Inhambu chororó
O último cantor
Que embala o sertão
Nas tardes de calor
Quando a floresta silencia seu ruído
E entrega o mundo para os braços do luar
O chororó é a derradeira voz do dia
Antes de toda natureza repousar
Quando no brejo aparece o vagalume
E a lua clara acender seu lampião
O chororó no matagal pede licença
Para fechar a grande sala do sertão
Quando a tardinha deixa atrás a claridade
E para frente vem caindo a escuridão
Quando a penumbra vem baixar suas cortinas
É o chororó última voz no serradão