Eu amava como amava algum cantor
De qualquer clichê, de cabaré, de lua e flor
Eu sonhava como a feia na vitrine
Como carta que se assine em vão.
Eu amava como amava um sonhador
Sem saber por quê
E amava ter no coração
A certeza ventilada de poesia
De que o dia não amanhece, não.
Eu amava como amava um pescador
Que se encanta mais com a rede que com o mar
Eu amava como jamais poderia
Se soubesse como te encontrar.