Sertaneja se eu pudesse e papai do
céu me desse o espaço pra voar.
Eu corria a natureza, acabava com a
tristeza só pra não te ver chorar.
Na ilusão deste poema, eu roubava um
diadema lá do céu pra te ofertar.
Onde a fonte murmureja, eu erguia a
sua igreja, dentro dela o seu altar.
Sertaneja... Por que choras quando eu canto.
Sertaneja... Se esse canto é todo teu.
Sertaneja... Pra secar os teus olhinhos vai ouvir
os passarinhos que cantam mais do que eu.
A tristeza do teu pranto é mais triste quando eu
canto a canção que te escrevi, e os teus olhos nesse
instante brilham mais que a mais brilhante
das estrelas que eu já vi.
Sertaneja vou embora a saudade vem agora,
a alegria vem depois, vou subir por outras
serras, construir em outras terras
um ranchinho pra nós dois.