Se a dor de viver
me leva a coragem
faço uma viagem
pro meio do mundo
Respiro bem fundo
me viro pra dentro
pesco o sofrimento
que me faz morrer
Olho cara a cara
a fera do medo
amarro o meu nervo
na ira de prata
O arpão dispara
crava-se no peixe
até que ele deixe
ser fera domada
olho mente a mente
nossas proundezas
mares correntezas
nossas calmarias
amplidões vazias
abismos chamando
fôlego faltando
vida frente a frente