Não estranha essa mania de questionar
Não estranha meu jeito atrapalhado
De não saber de que lado eu quero ficar
saber se desperto por uma noite
Ou adormeço um dia inteiro
Não estranha se eu ligar sem ter o que falar
Se eu procurar estrelas para contar
em uma tarde de sol, se eu acampar sentimentos
na varanda de um rancho
Somente para esperar a lua cheia
Não estranha minha mania de tentar
adivinhar seus pensamentos
De querer ler cada forma de movimento
De decifrar o tom da sua voz e o mistério do seu olhar
De querer casar minha alma com a sua
Da vontade louca de morar em frente ao mar
Não estranha meu jeito de não me importar
De ouvir suas histórias repetidas
De adorar a sua forma compulsiva de falar
E da minha insistência
por ficar um tempo a mais
Não estranha eu ficar te olhando sem nada dizer
Ou ficar parado com meus pensamentos
galopando, batendo meus dedinhos
Seu eu chegar de mansinho
e partir em disparada
Simplesmente não estranha
minha forma de entender que
O que não pode ser
De alguma forma singular e perfeita
Acaba sendo!