Certo dia José Carlos acordou de sonhos intranquilos
E viu-se transformado num gigantesco inseto
Sob sua cama um envelope com a razão de todos
os seus problemas
Ou não
Ah um dia eu caio da escada
E dou de cara você
Vem junto a conta passada
Assim não dá mais pra esconder
No choro das luzes pesadas
Já vou voltar a dizer
Que eu entrei numa puta enrascada
No fim tanto faz que vai ser
Fala quanto vai custar
Esse tal de aluguel
Jose Carlos anda sofrendo pra pagar seu aluguel em São Paulo
Sua vida não é mais a mesma, precisou mudar de estilo, sair da legalidade
Foi tentar a sorte, vender umas frescuras no centro da cidade
E agora sobre sua mesa só lhe restam duas coisas: o copo e a vaidade
Os seus pincéis esparramados no chão, e as palhetas sobre o colchão
Anda perdido com tantos papéis, entre recibos feitos nos bordéis
Sua guitarra sem a corda Mi, e na parede um quadro de Rembrandt
Fuma cigarro pra poder sentir, escova os dentes comendo maçã
Fala quanto vai custar esse tal de aluguel
Fala quanto já custou, esse tal de rock n roll