Vem cá doida agulha,
tão meiga e tão fina,
vem dar-me os teus lábios
de açúcar pilé...
E tal, não me apanhas?
Sou esperta e ladina,
e mais retorcida
que as de croché...
Ai chega, chega, chega,
chega ó minha agulha!
Afasta, afasta, afasta,
afasta ó meu dedal!
Brejeira, não sejas trafulha:
ó linda vem coser o avental!
Ai chega, chega, chega,
chega ó minha agulha!
Afasta, afasta, afasta,
afasta ó meu dedal!
Brejeira, não sejas trafulha:
oh não...
és a mais bela fresca agulha em Portugal!
Eu sei que não me amas
por não ser de prata,
e que me desprezas
por ser só de cobre.
Então, tu não chores:
Bem sei que és de lata!
Também eu passajo
na fralda do pobre.