Essa história é de alguém sem passado
Sem futuro e sempre ausente demais
Com a rainha dos mil bobos, otários
Anabela, a heroína do cais
Estrelas brilham num outubro cinzento
Páginas frias de um livro infeliz
Uma heroína a mais ou a menos
Salva você que sempre está por um triz
Suando frio pelo seu corpo em silêncio
Gritos de dor, picadas lentas, febris
Viúva negra que você não vê
Ela te mata quando dá prazer
Quanto mais grana, mais sujeira ela faz
Anabela, heroína do cais
Senhora do descaso e mãe da luxúria
É mais um vício que floresce dos dentes
Você ficou doente e não quer a cura
Quer essa gostosa, que te liga, te acende
Ela te doma os sentidos e a fúria
Te deixa duro e cada vez mais inconsequente
Viúva negra que você não vê
Ela te mata quando dá prazer
Quanto mais grana, mais sujeira ela faz
Anabela, heroína do cais
São pés de anjo num salto agulha
Roupinha transparente pra encher suas veias
É de primeira e está no cais à procura
De mais um pobre inserto pra cair na teia
Viúva negra que você não vê
Ela te mata quando dá prazer
Quanto mais grana, mais sujeira ela faz
Anabela, heroína
Viúva negra que você não vê
Viúva negra... você não vê!