Seu moço, quer saber
Eu vou cantar num baião
Minha história pra o senhor
Seu moço, preste atenção
Eu vendia pirulito, arroz doce, mungunzá
Enquanto eu ia vender doce
Meus colegas iam estudar
A minha mãe, tão pobrezinha
Não podia me educar
A minha mãe, tão pobrezinha
Não podia me educar
E quando era de noitinha
A meninada ia brincar
Vixe, como eu tinha inveja
De ver o zezinho contar
O professor raiou comigo
Porque eu não quis estudar
O professor raiou comigo
Porque eu não quis estudar
Hoje todo são "doutô"
Eu continuo joão ninguém
Mas quem nasce pra pataca
Nunca pode ser vintém
Ver meus amigos "doutô"
Basta pra me sentir bem
Ver meus amigos "doutô"
Basta pra me sentir bem
Mas todos eles quando ouvem
Um baiãozinho que eu fiz
Ficam tudo satisfeito
Batem palmas e pedem bis
E dizem: - joão foi meu colega
Como eu me sinto feliz
E dizem: - joão foi meu colega
Como eu me sinto feliz
Mas o negócio não é bem eu
É mané, pedro e romão
Que também foram meus colegas
E continuam no sertão
Não puderam estudar
E nem sabem fazer baião
Quando chegou pra cidade o menino
Já tinha um nome, era baião
Porém agora, ficou tão grã-fino
Nem liga pro sertão
Quando chegou pra cidade o menino
Já tinha um nome, era baião
Porém agora, ficou tão grã-fino
Nem liga pro sertão
Ai, ai, baião, você venceu!
Mas no sertão, ninguém lhe esqueceu
Ai, ai, baião, siga seu destino!
Você já cresceu, já nos esqueceu
Ficou tão grã-fino
Você já cresceu, já nos esqueceu
Ficou tão grã-fino
Já sabe o dia que chove
Que faz sol e relampeia
E vê tolos sem pavio
Uma bichinha alumeia
Vê nos por dentro e por fora
Cura, mata e faz crescer
Agora que ir a lua
Sem nosso pai conceber
Doutor não mexa com a lua
Que o mundo pode acabar
Lá se vai carneiro gordo
Que deu trabalho pra criar
Agora que meu brasil
Tá crescendo a galopar
Parece que bezerro novo
Quando parti pra mamar
Porque é que você vai à lua
Deixa a bichinha pra lá
Porque é que você vai à lua
Deixa a bichinha pra lá