Entre pretos e brancos, índios e tantos outros rostos
Que se misturam pela multidão
Somos fracos, fortes, ricos, rotos, todos, todos
Os de braços dados ou não
Pela fúria do corpo, e a calma da mente
A vida é um sopro, um soco na gente
Eu sou essa terra, e toda loucura
O veneno da era, onde se procura
Amor no sexo, sexo pela rua, onde o nexo dessa dor é anexo a sua cura
Aqui não se crê, mas juram. Olham sem ver e não sabem
Um finge que não é puta, outro finge que não é covarde
Em cada beco, cada um usa arma que tem
Em cada linha cada um usa a alma que tem
E eu cheio de luz e sombra tempestade e calmaria,
Encontrei na poesia um motivo pra ir além
Instável como o universo, apaixonado no meu verso,
Eu dou minha vida, meu sangue, minha alma também,
Eu equilibro, eu equalizo.
Numa era de extremos, nessa paz que eu consigo, um delicado equilíbrio
Explosões e alívio
Nessa era de extremos numa paz que eu consigo, um delicado equilíbrio
Explosões e alívio
Explosões e alívio, explosões e alívio, explosões e alívio, um delicado equilíbrio
Explosões e alívio, explosões e alívio, explosões e alívio, meu delicado equilíbrio
Tá complicado a respiração, contra-peso é o coração
Contra-cultura, viaturas, ruas, impressões são
Reflexo de seus grilhões, espectro de sensações
Conecto no meu caminho livre de variações
Psíquico, dividido entre 2 extremos
Temo me perder no mundo onde amamos mais o que temos
Isso é cíclico, em grande quantidade estamos
Perdendo o que não tem preço, vendendo como adereço
É típico, esse jeito que sou, mas rejeito o flow,
Aceito o sangue que se faz fluido em meu peito
Então, me dá um gole de fé, outro de café,
Um dois tranquilo me mantendo equilibrado
Pronto para o que vier, ligado na maré,
Mantendo o foco obstinado, da cabeça ao pé
Olhando pra todos os lados, vejo vários revoltados,
Equilibrando seus fardos defendendo antepassados
Meus manos são bem armados, nos versos levam legados,
Focados na corda bamba, renegados não escravos