Das faces vem as cicatrizes revelam raízes natureza
firme olhos sem brilhar
Andando em paisagens tristes nada mas importa tudo que
existe existia lá
As cheias lá não tem vasão e aquele coração olhando a
multidão com lágrimas no olhar,
E os rastros desses pés descalços se apagaram no tempo
junto com seu lar
Meu canto mudo acalanto traduz o encanto dessa terra
santa sagrado lugar
Meu sangue não corre mais nas veias sujam mãos
alheias, dessas santas ceias, templos, falso lar.
Mas te recebo de portas abertas e quando for a hora
tranque a porteira e jogue a chave fora meus estão
perto e podem ir embora.
Refrão:
Adeus forno a lenha, casinha de taipá, o romeu, a
teimosa e o pintinha, meus anzóis de pescar
Adeus meu jardim e meu jequitibar tua sombra é meu
luto e saudades de lá...
Hoje a casa desmontada, a ceva e a palhada, a horta
abandonada não estão mais lá
O mesmo córrego que passava embaixo da privada seco
pelo tempo já sem respirar
Das terras onde fui criança não morre a lembrança do
jipe e o balanço e as festas do arraiá
Das mãos do meu pai perfuradas do cabo, da lida e do
roçar
As galinhas já se recolheram, as corujas cantaram
anunciando a noite e mamãe quer deitar
já findando a madrugada, o galo e a passarada, o gato
chega em casa é hora de acordar, mas.