O oco invadiu avenidas, cidades
tomou nossas casas
Está no galã da novela
está no sorriso das massas
O oco é o avesso da estrada
está corroendo os meus livros
Já se apoderou da cabeça
de nobres juízes, ministros
Terra Oca
Filhos do nada
Terra Oca
Filhos do nada
Que o nada é eterno, infinito
Me diz a canção paranoica
Que infla a voz obtusa
De dentro do pato de Tróia
E as palmas são todas de vento
Sem pulso, senil, sem memória
O oco é o novo alento
De quem se esqueceu da história
Terra Oca
Filhos do nada
Terra Oca
Filhos do nada
Faz, que nada vai desaparecer
por entre os dentes do meu país
Que não me diz, mas é de papel
Bandeira é véu que não se mantem