Já posso ouvir a voz suave
Como o cheiro das alfazermas
A me apontar saídas
Da gruta escura dos dilemas
Que fazem a vida parecer prisão
Na mais funda escuridade
Que a mente tenta clarear
Anelando a liberdade
Como um cego a procurar
A agulha caída no chão
Vi a claridade expelir
A morte presa na garganta
Arejando o existir
Dos mofos que a luz espanta
À alvura de fios de luz a traspassarem o breu
Em mim que tateava no escuro
Liberdade floresceu
Atravessando a galeria de sombras de cada perplexidade
Procurando ouvir a voz que há dois mil anos
Acalmou a tempestade